As 10 chaves do sucesso do Facebook
Há exatos 10 anos, nascia a rede social mais popular do mundo, o Facebook. Nesse período, a empresa fundada por Mark Zuckerberg revolucionou a Internet e remodelou a maneira como se interage online.
Atualmente, o Facebook conta com mais de 1,2 bilhão de usuários, dos quais 81% fora dos Estados Unidos e do Canadá.
Para marcar a data, a BBC Mundo elencou as dez chaves do sucesso da rede social.
Pensar “fora da caixa”
Nos seus primórdios, quando ainda se chamava Facemash.com, a rede social permitia aos estudantes da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, comparar fotos de duas mulheres e eleger a mais bonita. O site acabou fechado pela direção da universidade, mas franqueou a Mark Zuckerberg suficiente credibilidade para criar um outro site, batizado de “TheFacebook”, uma rede social exclusiva para estudantes de universidades prestigiadas do país.
O mais importante, porém, foi que o Facebook mudou “as regras do jogo”. Não foi a primeira rede social do mundo, mas conquistou o pioneirismo em promover um crescimento sustentável a ponto de ter mais da metade de todos os usuários de redes sociais do mundo cadastrados em seu banco de dados.
Tentar e errar
Grandes empresas de tecnologia, como o Google, gostam de alardear que a inovação faz parte de seu DNA e que preferem tentar e fracassar quantas vezes forem necessárias a se conformarem com o sucesso alcançado.
O Facebook segue a mesma filosofia quando se analisa a quantidade de projetos e produtos lançados que, no entanto, não tiveram a esperada acolhida por parte do público.
O Beacon, por exemplo, era uma tentativa de mostrar na rede social o que os usuários faziam fora dela: o projeto, no entanto, fracassou em meio a acusações de invasão de privacidade. Já o Facebook Home era uma interface para celulares Android na qual a rede social se tornaria o principal eixo de experiência no telefone, mas, a julgar pelo número de downloads do programa e vendas do único aparelho que vinha com o programa instalado de fábrica, o resultado foi decepcionante.
Por fim, o Graph Search, o sistema de buscas alardeado pelo próprio Facebook como uma ferramenta que revolucionaria a forma como encontramos informação na Internet não atraiu demasiada atenção e só funciona em desktops.
Crescer, crescer e crescer
Em dez anos, o Facebook passou de uma página restrito a estudantes a um site com 1,2 bilhão de usuários em todo o mundo, 750 milhões dos quais acessam a rede social ao menos uma vez por dia. Desde seu lançamento, foram mais de 4 bilhões de “curtidas” diárias, totalizando 1,3 trilhão nessa última década.
O Facebook também exibe números superlativos quando se trata do tempo que os usuários passam verificando suas atualizações: a média mundial é de 8,4 horas por mês. Na América, o índice é ainda maior: 10,6 horas.
Comprar concorrentes
Os melhores exemplos de boas aquisições são o Instagram e o Snapchat. Pelo primeiro, o Facebook pagou US$ 1 bilhão (R$ 2,4 bilhões), quando a empresa fundada por Kevin Systrom and Mike Krieger tinha apenas 13 empregados. Naquela época, no entanto, já era claro que mais e mais adolescentes estavam usando o Instagram como plataforma principal para compartilhar fotografias.
Quando Snapchat – aplicativo que permite o envio de fotos com a segurança de que as imagens serão posteriormente apagadas automaticamente – começou a ganhar força, Zuckerberg tentou recorrer a mesma estratégia, mas fracassou. O Snapchat não quis ser comprado. Como resultado, o Facebook está apostando em seu próprio aplicativo, o “Messenger”.
Ainda há dúvida, no entanto, se logrará o mesmo êxito.
Adequar-se aos dispositivos móveis
O Facebook foi uma das primeiras empresas de tecnologia a adotar o modelo conhecido como “celular primeiro”, que significa que todos os seus produtos e estratégias são pensados para dispositivos móveis (celulares e tablets) e depois são adaptados a desktops.
A filosofia teria sido implementada há dois anos, por ordem de Mark Zuckerberg, que já vislumbrava o potencial dos smartphones.
Na atualidade, os maiores esforços da empresa estão voltados para os dispositivos móveis. O Facebook convida grupos de usuários para testar produtos antes de liberá-los no mercado. Uma nova versão do Facebook para desktop que está sendo testado, por exemplo, divide a tela em três telas menores, em um estilo semelhante ao do tablet.
Saber a hora certa de abrir o capital
O Facebook seguiu a estratégia de arrecadar dinheiro com investidores privados antes de sentir que estava suficientemente maduro para sair ao mercado. A rede social esperou muitos anos para ter suas ações negociadas no pregão. O momento ideal chegou em maio de 2012.
Precificadas a um alto valor, as ações caíram fortemente dias depois da estreia, em meio a temores de investidores de que a empresa poderia ter dificuldade de obter um crescimento sustentável.
Mas números recentes revelam uma nova tendência para as receitas da companhia. No último trimestre, o Facebook registrou receitas de US$ 2,6 bilhões (R$ 6,3 bilhões), um aumento de 63% em relação ao mesmo período de 2012. No acumulado do ano, a empresa obteve um faturamento de cerca de US$ 7,87 bilhões (R$ 19,1 bilhões) e lucro de US$ 1,5 bilhão (R$ 3,6 bilhões), uma alta de 50% na comparação com o ano anterior.
Mais da metade de suas receitas obtidas por meio de anúncios publicitários veio de celulares e tablets.
Aproximar-se dos jovens
Recentemente, alguns estudos colocaram em dúvida o futuro do Facebook. Segundo eles, jovens e adolescentes estariam abandonando a rede social devido à “falta de privacidade” à medida que pais e outros familiares se cadastram no site.
Os números realmente indicam uma redução desse segmento, mas isso porque aumentou a quantidade de adultos cadastrados.
Ou seja, como há mais pessoas acima de 30 anos cadastrando-se na rede social, a parcela ocupada por jovens e adolescentes diminuiu na base total de usuários.
O Facebook está consciente da insatisfação de seu público mais jovem e está tentando atrai-los novamente com outros produtos, como apps.
Criar aplicativos
Por ser uma empresa que tem os dispositivos móveis como essenciais para a sua estratégia, não é de se estranhar que a rede social mais popular do mundo esteja apostando nos apps, ou aplicativos.
Um dos exemplos mais emblemáticos foi a criação do Messenger, um sistema que permite aos usuários trocar mensagens ao estilo do popular “Whatsup”.
Nas próximas semanas, o Facebook também lançará outro aplicativo, o “Paper”, que agrega conteúdos compartilhados por amigos e os exibe em forma de revista. A rede já deixou claro que não tem interesse em fabricar um telefone e sim apps.
Conquistar novos usuários
O Facebook não quer fabricar telefones, nem relógios inteligentes, nem óculos. Como, então, a rede social pensa em crescer?
Uma das estratégias é conquistar novos usuários. Estimativas apontam que há 4,4 bilhões de pessoas sem acesso à Internet e, por consequência, sem acesso ao Facebook no mundo.
O objetivo da companhia é incluir todo esse contingente no mundo digital. Para isso, formalizou parceiras com fabricantes de celulares como Samsung, Ericsson e Qualcomm para recuperar redes móveis velhas e permitir que nelas se transmitam dados a regiões que carecem de conexão.
Fidelizar clientes antigos
Pressuposto básico de qualquer estratégia de marketing, a fidelização de clientes antigos é acompanhada com atenção pelo Facebook, especialmente em meio à profusão de concorrentes.
Para isso, a empresa está constantemente lançando novas ferramentas de modo a tornar a experiência do usuário a mais completa possível.
Fonte: BBC Mundo